quinta-feira, fevereiro 11

Knight of Cups


Um homem que se perde em si próprio, nunca se encontra sozinho.

Terrence Malick é um realizador de poucas palavras, é claramente um criador de experiências sensoriais no grande ecrã. Um homem que criou um estilo único e muito próprio, que criou a sua assinatura no cinema. Knight of Cups refugia-se nesse estilo melodioso, perde brilho numa narrativa sem grandiosidade, sem interesse e que não prende o espectador. Não existe uma razão para o filme acontecer, não há espaço para que se desenvolva. Todas as narrativas de Malick são bem fundamentadas, bem estruturadas, solidificadas, com um sublime toque de encanto. Filmes com este poder visual têm de ter argumentos igualmente poderosos, e isso não acontece com Knight of Cups.
Tal como o protagonista, a história está perdida, baseando-se apenas em retalhos e exibindo dolorosamente a sua falta de rumo e de conteúdo. Visualmente o filme é bonito, emotivo, mas é só isso.
Christian Bale tem uma interpretação razoável, nada de extraordinário, nada de estrondoso. Percebe-se que não existe um fio condutor na construção da sua personagem. Cate Blanchett consegue prender o espectador e é um ponto forte e sólido no filme. É possível perseguir um caminho com ela no ecrã e na história. O mesmo acontece com Natalie Portman que abre uma porta e permite a entrada da razão da existência de toda esta narrativa, mas devido à sua chegada tardia na película isso torna-se complicado, não sendo o suficiente.
As ideias por detrás da história de encontro pessoal como os devaneios da vida mundana, a procura de compreensão, a descoberta do amor, são tudo temas implícitos mas que não ficam claros e que não são tocados o suficiente para que a história fique completa e lógica. Falta-lhe conexão entre todos os elementos. As próprias cartas que representam a procura, que simulam a vida, não se encontram ligadas. A narrativa vive muito de especulação e não parece estar trabalhada para ser mais que isso.
Knight of Cups tem potencial para ser uma curta-metragem magnetizante, mas não tem conteúdo para ser uma longa-metragem, torna-se muito redundante.