segunda-feira, novembro 17

Fenix - Parte 5

Cecília estava tão assustada quanto Simone. Enquanto o medo e a surpresa criavam um cocktail hormonal estonteante, Simone tentou sentir as pulsações de Cecília, pelo que não conseguiu. A jovem despida, e aparentemente viva, perguntou à cientista: - O que se está a passar? – Simone demorou algum tempo a responder, queria ter a certeza que não era a imaginação a atraiçoá-la. – Qual é a última coisa que se lembra Cecília? – De uma máquina a apitar e do Drº Mário a agarrar-me a mão… - Isto vai parecer-lhe um pouco estranho. Mas a Cecília morreu… - Após largos segundos de silêncio Cecília recordou a conversa que teve com Mário, e olhou para o seu corpo suturado. Não gritou, não se assustou, não verteu uma única lágrima, simplesmente perguntou: - Como? – A cientista sabia tanto quanto ela e por isso respondeu: - Não sei. Vamos tentar descobrir. – Estendendo a mão para auxiliar Cecília a sair pegou num saco de transporte de cadáver e cobriu-a. – Espere um pouco, vou chamar os outros. – Deixando a jovem sentada, saiu aparentemente calma, fechando a porta atrás de si.
Simone correu pelos corredores até encontrar Edgar e Mário. Ofegante por ter percorrido uma enorme distância a uma velocidade vertiginosa, gritou: - Vocês têm de ver isto! Já! – Edgar e Mário seguiram-na sem hesitação e sem perguntas.
Antes de abrir a porta Simone disse: - Não se assustem com o que vão encontrar. E mantenham a mente aberta. – Edgar tinha um fraco por graçolas e respondeu: - A minha mente está sempre aberta para ti! – Simone rolou os olhos e abriu a porta.

Cecília estava sentada embrulhada num saco preto e quieta com o olhar fixo nos três cientistas. Mário ficou completamente boquiaberto, de tal forma que correu para Cecília e agarrando-se carinhosamente à antiga pupila. Edgar apoiou a mão no ombro de Simone e perguntou: - Como é que possível? – Simone riu-se e perguntou: - Ainda manténs a mente aberta? – Edgar ignorou o comentário e fixou novamente o olhar na rapariga. – Temos de a levar para uma sala de isolamento. – No preciso momento em que Edgar proferiu estas palavras um forte estrondo ecoou na sala. – O que é isto? – Perguntou Mário. – Simone fitou Cecília, e ouviu-se outro barulho igualmente estrondoso. – O que se está a passar? – Perguntou Edgar. Eram cada vez mais os barulhos, e cada vez mais fortes. Simone olhou para Edgar e respondeu à pergunta: - Aparentemente não foi só ela que acordou.