quinta-feira, junho 12

Penny Dreadful - Season 1

O vértice que funde o terror ficticio ao real.

Penny Dreadful é a combinação mais improvável de realização e produção, já para não mencionar o complexo encontro de actores tão distintos.
John Logan tem um projecto ambicioso e que facilmente pode cair no precipício do ridículo. Sam Mendes abraça um estilo que não é o seu, o que facilmente o pode penalizar. O resultado é dificilmente aquilo que um espectador mais atento espera, o sucesso. 
O argumento é uma teia de intriga tremendamente viciante, de tal forma que nunca consegue perder a intensidade, este é o departamento de Logan, que se resume a uma misera palavra; perfeito. A direcção ainda não encontrou um ponto de equilíbrio, notam-se as diferenças de estilos. J.A. Bayona sobressai com maior evidência, no entanto, James Hawes também se consegue "fazer ver", tal como Dearbhla Walsh, mais discreta fica Coky Giedroyc. A fotografia tem de ser destacada com as honrosas presenças de Xavi Gimenez, Owen McPolin e P.J. Dillon, especialmente o último, que tem um trabalho mais discreto, mas igualmente fabuloso aos anteriores.
Sheila Hockin é (na minha opinião) uma das melhores produtoras de televisão, envolvida em projectos diversificados, intensos e polémicos, sem dúvida que se torna um membro essencial.
Depois de estudar ao pormenor toda a equipa técnica de Penny Dreadful, agora voltemos a câmara para quem a reconhece de frente, os actores. Timothy Dalton tem-se dedicado nos últimos anos (com maior intensidade) ao cinema de animação, regressa à televisão com um complexo papel que promete muito mais do que aquilo que até agora se tem visto, aguardemos. Josh Hartnett é um actor conhecido pela sua versatilidade e constante mudança, não é um actor a que possamos atribuir um estilo, não tem zonas de conforto. Em Penny Dreadful apresenta uma personagem misteriosa, apaixonada, representada com alguma timidez, e que não faz jus ao talento que já provou ter. Harry Treadaway tem um background interessante e uma personagem que já provou ser uma das chaves para o sucesso da complexa rede de histórias. Mas, note-se que ainda é um actor novo, e temo que a personagem possua uma elevada complexidade para o actor. Reeve Carney é uma nódoa no cast, não fortalece minimamente a personagem e aniquila o interesse do público. Isto ainda se torna mais frustante depois de Stuart Townsend ter sido um Dorian Gray extraordinário. Billie Piper seria a actriz com melhor interpretação, se estivéssemos a falar de teatro, e é tudo o que há para dizer. E como o melhor fica sempre para o fim, termino com aquela que tem sido, e será, a alma de Penny Dreadful, Eva Green. Este nome sonante provoca um misto de sensações, ela é conhecida pelos projectos contorversos e pelos blockbusters, a realidade é que Green é uma das melhores actrizes da actualidade, conseguindo sempre uma harmonia misteriosa nas suas interpretações, Penny Dreadful não é uma excepção é apenas parte de uma regra. A actriz é responsável pelos melhores momentos desta série, e sem dúvida a melhor aquisição no cast.
Para terminar, não vou adiantar o ritmo da narrativa, apenas vou alertar que o maior alimento para o nosso medo é aquilo que não sabemos que somos.