segunda-feira, agosto 5

O Maravilhoso Mundo do Absurdo - Parte 4

Éter sentou-se à mesa observando o corrupio de pessoas a prepararem a mesa de forma frenética mas, delicada. De repente o rei entrou sozinho no salão, parecia estar de braço de dado com alguém contudo, na verdade não existia ninguém a seu lado, o que fazia com toda aquela situação fosse perturbadora. Lítius aproximou-se de Éter e sussurrou-lhe ao ouvido:
- O meu pai ainda age como se a minha mãe fosse viva...
Éter ficou confusa, apesar de tudo não demonstrou nem por um segundo aquilo que sentia. O rei sentou-se alegremente na cabeceira da mesa trocando olhares provocantes com a outra ponta, mais uma vez vazia. Quando repararam tinham à sua disposição todo o tipo de iguarias, desde bolos a frutas. Éter perguntou com surpresa e relutância:
- Aqui comem plantas e os seus filhos, os frutos
- Sim, aqui não é como em Dominus, as plantas não falam. - Respondeu o príncipe.
- Mas têm vida e sentem? - Perguntou Éter mais uma vez relutante à ideia. - Como sabem que em  Dominus as plantas e frutos falam?
O rei Lordus trocou-o olhares de preocupação com o lugar vazio à sua frente e respondeu quase ofendido:
- Eu sei tudo o que se passa neste e no outro mundo. E é claro que as plantas aqui não sentem!
Éter sorriu cinicamente e não ficou contente com a resposta, afinal ele sabia tudo sobre Luminatus e Dominus mas, e Darnatus? Não queria fazer mais perguntas com medo da reacção do rei e do príncipe afinal estavam a ser tão amáveis e conscienciosos. Antes de começar a comer aquilo que considerava ser um crime horrendo, pediu para antes de mais visitar o jardim que conseguia ver pela varanda do salão, quando se levantou com o príncipe e o rei e reparou que os arbustos e árvore formavam um complexo labirinto, começou a temer aquela visita.
- Vamos entrar? - Perguntou o príncipe eufórico.
- Sim... - Respondeu Éter reticente.
Ambos caminharam para o exterior e o rei ficou no conforto da varanda, no topo da escadaria, ao seu lado estava a  invisível feiticeira Matiquis, assumindo a forma da sua falecida esposa.
- Só temos que esperar que ela se apaixone por ele, e depois tudo o que é dela será nosso. - Disse a feiticeira num tom de escárnio.
- Não achas que Caeruleõ vai ser um problema? - Perguntou Lordus preocupado.
- Ela não sabe onde está a filha, e quando souber vai ser tarde demais. - Disse a feiticeira que sabia tudo o que se passava nos dois mundos.
Quando a princesa entrou no labirinto o medo começou a apoderar-se dela especialmente quando os guardas selaram a entrada do labirinto e os arbustos pareciam gritar de aflição, de repente olhou para o chão e reparou numa flor branca a chorar. Baixou-se pelo que a flor lhe disse:
- Princesa Éter fuja enquanto tem tempo. Este mundo parece são e seguro mas, não passa de uma aparência. Se ficar irá arrepender-se.
- Como sabes o meu nome?
- Todos aqui sabem quem é! E querem roubar-lhe todo o seu poder!
- Mas eu ainda não tenho poder! Além disso o príncipe é um deleite de homem. - Disse Éter corando.
- É isso que querem que pense, que case com ele e unidos os dois mundos, poderão destruir Dominus!
- E como sabes tudo isso?
A flor olhou para cima aterrorizada e murchou. Quando Éter se virou para trás viu o príncipe Lítius.
- Vamos sair daqui juntos princesa? Basta assobiar para a águia nos levar...
Algo no seu olhar tinha mudado, a aflição da flor era legitima e os pratos de frutos também. Éter levantou-se repentinamente e começou a correr, até que um dos arbustos a puxou e disse:
- Rode a ampulheta e volte para casa!
Antes de mais havia um sitio a visitar antes de ir para casa. Rodou três vezes a ampulheta e quando o último grão de areia caiu ela estava num mundo negro, sombrio e obscuro, Darnatus.

Pequenas Histórias Originais Catarina R.P.