quinta-feira, março 15

Shame

A vergonha torna-se uma forma de vida...

Shame é a história de um homem que vê o sexo como um refugiu para a sua misera existência. O problema nasce quando a sua irmã resolve viver no mesmo apartamento. Aí a sua privacidade morre mas, o seu desejo não... E assim cresce o conflito.
Pessoalmente, não sou grande apreciadora do trabalho de Michael Fassbender, considero-o um actor sobrevalorizado contudo, admito, que neste filme a sua performance está muito acima do esperado e, muito acima do excelente. É sem sombra de duvida o melhor trabalho que já vi do actor. A interpretação desta complexa personagem está impressionante, atrevo-me a dizer surreal, tornando-se ainda mais perfeita quando se funde com a desconcertante mas, hipnotizante figura de Carey Mulligan.
Regressando (e reforçando) à ideia de que Michael Fassbender é um actor sobrevalorizado, prende-se sobretudo no anterior trabalho de Steve McQueen, Hunger, com o actor em questão o que, muito provavelmente, lhe conferiu um maior conforto no próprio trabalho a ser realizado. Este comentário não serve para desvalorizar o trabalho do actor (que é notável) mas sim, para reforçar que, a sua magnifica performance teve uma preparação prévia e louvável.
Os filmes que nos chocam intelectualmente geralmente, costumam ser aqueles que nos marcam, este choca-nos por isso e por ser pouco convencional mas, também, porque acarreta consigo uma carga emocional muito própria quase que mutilante. Para além de todo este magnetismo emotivo ainda nos surpreende ao nível sensorial, com imagens verdadeiramente chocantes e, em determinados momentos, um tanto ou quanto perturbadoras. Com um argumento muito próprio mas, que resulta e, uma banda-sonora que intercalada com sons comuns e alguns silêncios tornam o filme mais "aterrorizante" mas, ao mesmo tempo mais interessante.
Um filme que exige reflexão antes de formular uma opinião... Desconcertante mas, interessante!